"Fonte Luminosa da minha terra;
abre o leque de tuas luzes
para todos que quiserem ver".
Eis me aqui hoje, prestes a entrar para a Academia Pouso-alegrense de
Letras e ocupar a cadeira número 13, cujo Patrono é Dom João Batista Corrêa
Nery. Que caminhos trilhei para chegar até aqui?
Nasci na Primavera, em Pouso Alegre, cidade que amo, onde a Avenida
Vicente Simões perpetua o nome de meu pai. Meu avô materno, Antônio Correa
Beraldo, foi prefeito municipal e a sua Fonte Luminosa Independência faz parte
do Patrimônio Histórico e Cultural.
Meu gosto pela Língua Portuguesa surgiu especialmente por influencia em minha vida cultural e intelectual da Irmã Ivanise Anacleto Porto - a Madre Porto - da Congregação de Santa Dorothéia. Lá pelos idos da década de 1950, foi ela quem me
incentivou a fazer o curso de Letras Clássicas. E também pela convivência com
Marçal Etienne Arreguy, professor de gramática e literatura, membro fundador da Academia Pousoalegrense de Letras, com quem me casei em 1961.
Essa formação acabou se expandindo para as artes de um modo geral. Como eu havia estudado Literatura Grega na faculdade, sempre tive uma imensa paixão pelo Teatro. Na
década de 1970, participei da memorável
produção da peça “Antígone”, de Sófocles, junto com professores e alunos do Colégio Estadual Dr. José Marques de Oliveira. E na Faculdade de Filosofia e Letras Eugênio Pacelli, encenamos a peça de Gil Vicente, “A farsa de Inês
Pereira”.
Em 1975 publiquei um livro de teoria da literatura, sobre o Romance
neo-realista em
Portugal, que correspondeu na época à minha tese de mestrado. E ag ora, em 2013, ao completar 75 anos, estou
preparando a publicação de um livro de crônicas.
“E tudo se prende e se entrelaça,
mesmo quando, em nossa ilusão enganosa, inventamos distâncias, limites,
diferenças”.
