PARABÉNS, POUSO ALEGRE!


Durante seus longos anos de vida, minha cidade natal já foi muitas e muitas vezes homenageada, em prosa e em verso, por vários prosadores e poetas. Hoje, 19 de outubro, aniversário de Pouso Alegre, para falar do meu amor pela mina cidade, recorro a uma Musa inspiradora:
“Vem, lendária Nossa Senhora dos namorados, desce do teu pedestal, segura minhas mãos e vamos voltar ao tempo da Pouso Alegre bucólica, das charretes, dos tropeiros...
Vamos nos banhar nos jatos d’água coloridos da mágica Fonte Luminosa que enfeita o jardim da Praça Senador José Bento. Ela acalenta os sonhos dos jovens que a rodeiam. Que graça! Homens de um lado, mulheres de outro; eles não “ficam”, eles flertam, namoram.
Leva-me, Musa, para o Parque Municipal na Praça João Pinheiro, ponto de encontro da juventude. Na quadra de vôlei treinam as jovens da AME (Associação Mineira Esportiva), que conquistarão o título de Campeãs de Vôlei do Estado de Minas: Alayr Rosa, Lili Fernandes, Maria Antonia, Mariucha, Sonia Lígia Beltrão, Stella Brito e Vanda Nora marcarão época no esporte de Pouso Alegre.
Vamos olhar do alto essa cidade encantadora. Os namorados jogam ping-pong ou conversam de mãos dadas nos balancinhos. Na Avenida Dr. Lisboa desfilam carros alegóricos, blocos carnavalescos coloridos, iluminados pela luz dos holofotes. Os pouso-alegrenses vibram com os blocos, atirando confetes e serpentinas. O “Sossega Leão” e o “Aristocrático” desfilam pela larga Avenida iluminada. “Oi, abre alas para o leão passar...”
Mais abaixo, a Estação Ferroviária é ponto turístico obrigatório; ir à tardezinha esperar o trem que traz e leva amigos para os arredores é um costume da época. Ouço o som da Banda de Música que sobe a Avenida, carinhosamente chamada de “Furiosa”.
Finalmente, vamos visitar o famoso Rio Mandu que banha a cidade. Ali pululam peixes de várias espécies, sendo o mais famoso o Dourado, que o Zé Engrenagem vende nas casas ou no Mercado. Quando o rio transborda, jovens mergulham da ponte, as enchentes destroem casas, famílias ficam desabrigadas. E o velho rio, como diz a lenda, só baixa quando alguém morre afogado.
Leva-me de novo ao teu pedestal em frente à Igreja. O sino bate horas, o tempo passa depressa e hoje é 19 de outubro”.
De repente, a paisagem mudou; o progresso chegou e com ele as indústrias, novas avenidas, escolas, hospitais. Quantos fatos importantes aconteceram! Mas continuo sendo eterna enamorada da terra onde nasci e vivo. O “point” da juventude já não é mais o Parque Municipal, mas a belíssima Avenida Vicente Simões, meu pai, que ali foi homenageado, o que muito me orgulha!

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